junho 17, 2020

FELICITY - 1998


Para chegar nessa série precisei passar pela minha ultima leitura de Orgulho e Preconceito, em setembro do ano passado. Como fico muito emocionada e demoro para querer deixar Elizabeth e Darcy para trás, sempre acabo vendo algumas/várias adaptações que ainda não assisti. E dessa vez escolhi Austenland, filme inspirado no livro de mesmo nome que dizem, é bem chatinho.

Na busca pelo filme encontrei alguns vídeos da série Felicity, que assim com Austenland, também é estrelada pela fofucha Keri Russell. E acabou que gostei tanto de Austenland e da atuação de Keri no filme, que pensei "por que não? vou assistir Felicity!". Detalhe que eu odiava essa série quando criança, ficava incomodada com suas chamadas na tv e corria para mudar de canal se algum capitulo começava. Como estava enganada! - ou assim eu pensava...



No Começo Tudo São Flores

Que primeira temporada! Impecável! A abertura em preto e branco, com aquela musica descolada, e todo o teor analógico do final dos anos 1990 em seus 22 capítulos - coisas que aquecem o coração de qualquer hipster. E os temas que a série trazia para a pauta! Relevantes até hoje, e sempre abordados de uma forma gentil, por mais pesados que pudessem ser.

A menina Felicity tinha uma bela inocência. Um de seus costumes, por exemplo, era gravar uma fita cassete contando coisas que aconteceram, seus sentimentos e pedindo conselhos para sua amiga, Sally. O que deixava o roteiro fofo, e servia também como uma desculpa para a personagem narrar o episódio - as vezes tinha até uma fita com a reposta da Sally. Rotina essa predominante na primeira temporada, mas que foi sendo deixada de lado a partir do segundo ano.

Fui fisgada logo no primeiro episódio, mesmo Felicity não sendo algo que consumo mais. Tudo o que não preciso é de drama adolescente e um triângulo amoroso que dura 4 temporadas [francamente, quem aguenta isso hoje em dia?] .



Põe Mais Romance Nisso Aí...

Mas as coisas mudaram muito a partir da segunda temporada, e a série perde um pouco seu ar de "inocência", deixa de ser sobre a descoberta do mundo adulto pelos olhos de Felicity e passa a ser sobre relacionamentos amorosos - tendência bem noventista, na real. Para ser sincera, quando cheguei na quarta temporada eu já não aguentava mais. Acho que a única constante foi o jeito delicado da moça e uma música triste/fofa que tocava toda vez que a série precisava mostrar a seriedade da situação.

Não que tenha sido impossível chegar no final, até porque os episódios eram bem legais, como o inspirado em Além da Imaginação, que deu uma reposta bem fantasiosa para o que tinha dentro da misteriosa caixa da Meghan. E Felicity foi sim uma boa série, e mesmo sem o borogodó da primeira temporada não deixei de assistir nenhum episódio, com exceção dos 4 antes do season finale, que pulei sem dó. Porque esses últimos...

No episódio "The Graduate" [4x17], nossa protagonista se forma na faculdade e cada um segue seu rumo. Mas no episódio seguinte, depois de ser traída por Ben, Felicity, com a ajuda de Meghan, volta no tempo [don't ask], e a quarta temporada inteira começa a ser reescrita! Francamente não entendo como uma série de J.J. Abrams e Matt Reeves [dois gigantes de Hollywood] conseguiu derrapar tanto. Eu só queria ir até 2002, entrar na sala dos roteiristas, pegar na mão de quem teve esse ideia e falar: "meu anjo... não..."

Não ficou claro se essa viagem aconteceu mesmo, mas fato é que nada justifica esse erro. A impressão que tive foi de que o showrunner não sabia mais o que fazer, e esses últimos episódios serviram apenas para cumprir tabela e preencher os 22 episódios da grade.

Se você tiver uma oportunidade, assista Felicity! E já salve desde já um site com as músicas que tocam na série, porque você vai querer tê-las na sua playlist.

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